Olá, o meu nome é Margarida Serrão, tenho 50 anos, sou casada, mãe de dois filhos e tenho 4 gatos.

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A viagem até aqui, e o aceitar a mediunidade, não foi fácil!

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Desde pequenina que me lembro de sentir, ouvir e ver algo que não entendia. Sabia que não era do mundo físico mas não entendia o que era. 

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A minha família era bastante católica e estes assuntos não faziam parte das nossas conversas. Por outro lado, acho que as mentalidades da época também eram muito fechadas e, por isso, quando falava do que via, sentia ou ouvia, achavam que eu estava maluca ou que era apenas a minha imaginação.

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Quando era solteira e ainda vivia na casa dos meus pais, sentia constantemente a presenças de espíritos e, por isso, estas sensações atormentavam-me. Mais tarde, quando me casei, continuava a sentir estas presenças e aí percebi que o problema não estava na casa dos meus pais, mas sim em mim, porque era algo que me acompanhava para onde quer que fosse.

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Aos 33 anos, e talvez porque estava numa fase muito maternal pois os meus filhos eram pequeninos e precisavam da minha total atenção, tentei bloquear tudo isto. A mediunidade estava completamente descontrolada e naquela altura era algo com que não estava preparada para lidar, por isso, a questão da mediunidade foi posta "dentro de uma gaveta".

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Os anos passaram, e em 2022, fui assolada por uma incrível sensação de estar a ser impelida para algo. A palavra que melhor descreve a sensação que tinha é "um chamamento" para a mediunidade.

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De repente, dei por mim à procura de tudo o que encontrava sobre este assunto até que me inscrevi num workshop de mediunidade e subitamente um novo mundo abre-se para mim.

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Felizmente encontrei as pessoas certas, na altura certa, e só posso dizer que, talvez por estar numa outra fase da minha vida ou por estar mais madura do que estava há 17 anos, subitamente tudo fez sentido.

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Tive um grande insight quando percebi que comunicar com as pessoas que já partiram é semelhante a comunicar com as pessoas que estão no mundo físico. Percebi que todos os medos que tinha eram apenas bloqueios da minha cabeça que não me deixavam avançar e desenvolver a mediunidade. Para além disso, assim que compreendi que a morte é apenas uma outra etapa da vida, deixei de ter medo, não quer dizer com isso que não sinta a morte das pessoas, claro que sinto, claro que é extremamente doloroso, mas agora encaro-a com outros olhos e isso tornou-se um alívio. ​

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Aceitar a mediunidade foi maravilhoso, pois percebi que posso ajudar quer as pessoas que estão no mundo físico quer os entes queridos que já partiram a comunicarem entre si, e com isso facilitar o processo de luto e de alguma forma "sarar os seus corações".

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​Quero ainda agradecer a todas as pessoas que me ajudaram a desenvolver a mediunidade e que generosamente aceitaram disponibilizar o seu tempo para que eu pudesse treinar e evoluir enquanto medium. A todos vós, o meu bem hajam.